Primeiro dia em Goa

Ter uma ligação à internet rápida e sem qualquer limite de tempo em casa deixou-me

mal acostumado, vejo-me constantemente a querer falar com alguém, enviar um mail ou fazer mais um post no blog e não o poder fazer. Até agora só me consegui “ligar” aqui na estalagem onde estou a ficar, convertendo para euros cada meia hora custa 50 cêntimos, o que até não é caro mas só tenho sinal (wireless) no portátil a partir da recepção e a ligação é um bocado lenta. Mas adiante, hoje (22) foi afinal de contas o meu primeiro dia cá já que ontem além de ter chegado tarde estava feito zombie! Aconteceu tanta coisa que nem sei por onde começar, e o grande problema (e quem me conhece bem sabe perfeitamente) é que eu demoro muito tempo a escrever. Passo o dia a pensar “que cena, tenho que meter isto no blog!” mas depois quero ser tão descritivo e organizado que levo uma eternidade a fazer um texto com meia dúzia de linhas lol. Já cheguei à conclusão de que se quero manter este blog actualizado tenho que ser mais rápido e menos picuinhas...Hoje foi feriado cá, resumindo, foi um dia para vadiar. O motorista veio buscar-me por volta das

11 da manhã, não estou a brincar, o homem trabalha para um dos meus patrões, Darryl, que já esteve na Madeira e tem uma história muito curiosa lá que contarei numa outra oportunidade. Super fixe, parece ser uma pessoa influente cá, conhece montes de gente e tem vários negócios em Goa e alguns fora do país. Fomos encontrar a Vera, uma rapariga Russa (acho que ias achá-la “bués de gira” Valério lol) que começou a trabalhar para a Communicare há cerca de duas semanas e está a dar um curso de Russo. Encontrámo-nos com mais duas pessoas russas e fomos até um estúdio improvisado do primo Sousa (mais uma história que fica pendente) para gravar um cd de diálogos em russo para ser usado nas aulas. Depois de uma passagem no café e de conhecer mais alguns amigos dele fomos ter com a Nalini, a minha patroa nº1 (lol) é filha de pais portugueses e fundadora do centro cultural Communicare. E onde fomos encontrá-la? Já viram ou ouviram falar no programa “Contacto Goa” (também existe a versão “Contacto Venezuela”) na RTP1? Pois é, estava a dar os últimos retoques na montagem do programa (onde é apresentadora) que amanhã será enviado para a RTP para ser emitido no próximo sábado, se não estou em erro.

O dia passou num instante, ainda não sei exactamente quais vão ser as minhas funções e continuo sem ter um cartão de telemóvel indiano. Por razões de segurança (por causa dos terroristas!) só se vendem cartões de telefone seguindo alguns requisitos, a Nalini prometeu que me ajudava nesse aspecto...vamos lá ver quando tem algum tempo para isso. Estes primeiros dias são complicados, especialmente quando ainda não temos um sitio definitivo para ficar e estamos dependentes de outras pessoas para nos deslocarmos. Obviamente passaram-se mais coisas pelo meio, algumas não me vêm à lembrança agora e outras deixo para futuras descrições da cidade em si, também quero evitar deixar aqui primeiras impressões que possam não corresponder à minha verdadeira opinião depois de ter tido tempo suficiente para conhecer bem Goa e as pessoas que cá vivem. Mas até agora tou a gostar, e ter conhecido várias pessoas que de tudo fazem para que nos sentirmos à vontade contribui bastante para isso.