Nova casa provisória

Uma semana depois de ter cá chegado estou de saída do Sonesta Hotel para ficar mais uns dias num outro hotel mas desta vez no centro de Panjim, a capital de Goa. Chama-se Hotel Miramar (pela proximidade à praia de Miramar) mas parece mais uma daquelas pensões baratas para o “desenrasque” que em nada tem a ver com o Sonesta. Paredes sujas, acabamentos feitos à pressa e uma casa de banho sem banheira ou sequer espaço delimitado (com cabine ou cortina) para tomar banho, depois de procurar reparei no chuveiro embutido numa das paredes e pensei “ao menos isso”. E qual a razão desta mudança? Antes de responder a esta pergunta tenho que voltar ao princípio desta viagem toda e explicar como tive esta oportunidade de vir parar a Goa. Fiz-me membro de uma organização chamada Aiesec, é gerida por estudantes de todo o mundo e proporciona estágios profissionais internacionais. É uma espécie de Erasmus para fora da Europa. Supostamente os membros da Aiesec cá deveriam receber-me à chegada a Goa e ajudar-me em tudo o que fosse necessário, casa, telefone, deslocações, etc. Por alguma razão, alguns imprevistos dizem eles, apenas chegaram hoje. Mas o que interessa é que estão cá, chamam-se Dhiman e Varum e vão garantir que tenho sítio para ficar antes de irem de volta para Pune, onde estudam. Tenho que admitir que começava a ficar desapontado com as minhas primeiras impressões de Goa, e via cada vez mais difícil a minha adaptação cá. Mas já me apercebi, e as pessoas com quem falei entretanto garantiram-me isso, que ainda não vi praticamente nada da excelência de Goa! Acho que comecei logo por ver o lado menos bonito, pobreza, falta de higiene e até trabalho infantil. Estou bem mais animado agora e convencido que esperam-me muitos bons momentos em Goa. Mas ainda me custa a acreditar que estou realmente na Índia : )